terça-feira, 19 de maio de 2009

O Jesus histórico:



Segundo Charlesworth, duzentos anos de pesquisa histórica científica sobre Jesus não produziram uma vida de Jesus. Sua biografia é impossível, uma vez que as fontes são escassas e os evangelistas do NT não estiveram predominantemente preocupados em Jesus como uma pessoa do passado, embora houvesse algum interesse histórico, provado pela existência dos Evangelhos, que incluem a celebração da vida e ensinamentos da Jesus anterior à Páscoa. O autor enumera algumas razões que têm levado diversos estudiosos à busca de alguma compreensão sólida do Jesus da história, entre elas temos que as narrativas evangélicas são constituídas de muitas camadas, vindas de determinadas tradições, além de haver uma necessidade de maior compreensão da história, das tradições e do significado. Tomando por princípio que todo conhecimento é condicionado pelo observador, é possível afirmar que os evangelistas não se limitaram a compilar a tradição, eles a selecionaram. Qual teria sido o critério de seleção? A pesquisa sobre Jesus não se vincula nem a procura de um afundamento razoável para a fé, nem a uma necessidade de retratar o herói divino a ser imitado. Há uma necessidade de conhecê-lo. “Quem foi Jesus? Como ele era realmente? A essas simples questões iniciais seguem-se outras em enxurrada. A pesquisa sobre Jesus tem início primordialmente porque os dados que constam no Novo Testamento nos forçam a suscitar essas questões.” (CHARLESWORTH, 1992. p 42).
Buscar os fatos puros ou as palavras precisas de Jesus é imprecisa e impossível. Entretanto, novas provas documentais e descobertas arqueológicas, principalmente a partir da década de 1940, têm trazido nova luz a essa pesquisa. Entre eles é possível citar os manuscritos do Mar Morto, cuja importância não está em revelar as fontes dos autores do Novo Testamento, mas em esclarecer a complexidade do Judaísmo Antigo. Apesar de inúmeras controvérsias entre os estudiosos do assunto, é consenso que Jesus era um judeu, assim como os primeiros cristãos foram quase todos judeus, religioso. Sua vida foi regulada pela ordem diária de oração.